No dia 12 de Março vai-se dar uma grande manifestação em Lisboa e no Porto, com vista a reindivicar os direitos que os jovens têm ao trabalho decente, à educação de qualidade, às condições de trabalho e, enfim, pelos direitos de uma geração cujo futuro foi hipotecado pelo Socialismo, quer esta o saiba ou não.
É, ao fim ao cabo, legítimo que se proteste por um conjunto de direitos que foram perdidos (ou nunca existiram realmente, mas que foram bem disfarçados ao longo dos últimos 36 anos), e que se tente mostrar a um Governo decadente que não é a estancar o futuro dos mais jovens que se consegue garantir este mesmo. Sugiro, mesmo, pessoalmente, que quem se sinta afectado pelos problemas referidos no manifesto do dito ''movimento'', que vá à manifestação e que faça juz às suas próprias necessidades, ou tão aclamados direitos.
Gostaria de realçar, mesmo assim, que o problema não se trata simplesmente de termos um complô de sujeitos meio incompetentes e meio corruptos a governar o país.
Trata-se também do facto de que os jovens enrascados de que falamos não estão dispostos, na sua maioria, a participar na actividade política com o propósito de servir um bem maior que, infelizmente, não é servido há cerca de 433 anos, salvo raras excepções.
(Com isto quero dizer que somos mal governados desde que D. Sebastião resolveu, num acto iluminado, ir matar-se para o meio do deserto. Desde então, numa atitude algo Sebastianista, o país tem-lhe seguido os passos.)
Mas custa. Custa pesquisar um bocado e tentar encontrar uma ideologia que assente bem. Custa ter de assistir a conferências meio cinzentas, custa pensar em alternativas, custa debater opiniões, custa fazer acções de campanha, custa reunir numa Juventude partidária, custa escrever actas, custa discursar, custa ouvir os outros discursar, custa, aliás, ter mesmo de ouvir os outros, custa fazermo-nos ser ouvidos, custa ir votar.
Custa, afinal de contas, ir mais longe que umas simples demonstrações de rua, e pensar no que é que podemos fazer realmente para mudar o rumo das coisas. Não falo aqui de partidos específicos (pondo de parte a minha referência ao Socialismo acima), mas falo da necessidade que existe dos jovens se prepararem para tomar o lugar dos ''grandes'' que neste momento têm na sua mão o futuro do país.
Alguém terá de estar lá no futuro, e espera-se, ou deseja-se, que esse alguém saiba o que faz, que o faça bem, e que o faça pelo bem do país.
Os jovens têm de, finalmente, perceber que são eles que vão governar e liderar a sociedade Portuguesa no futuro, nos seus vários aspectos, mais especificamente no aspecto Político.
E se querem realmente lutar por um futuro melhor, têm um aparelho Político à espera das suas ideias e ideais, dos seus textos, discursos. discussões, trabalho, e finalmente, e em dose desproporcional (admito), de dedicação.
O futuro faz-se hoje.
Mais do que um punho erguido no ar, a nossa sociedade precisa das nossas cabeças a pensar.
Depois talvez consigamos, enfim,
Elevar a fasquía.
PS: Gostaria de dizer também que não considero de bom tom fazer-se um aproveitamento político desta manifestação, dita apartidária. Esta deve-se estender a todos os quadrantes políticos, pois de outra forma não é uma forma de contestação social, mas sim de oposição partidária.
Jorge Miguel Teixeira
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